O curso de campo Ecologia da Floresta Amazônica (EFA) está passando por um período turbulento. Em 2016, pela primeira vez na história do curso, não conseguimos arrecadar o financiamento mínimo necessário para a realização dele. Agora em 2018, estamos correndo o mesmo risco. Já conseguimos parte da verba, mas ainda falta uma quantia mínima para que possamos colocar ele em prática. Será que você poderia contribuir para a causa?
Por Paulo Enrique Cardoso Peixoto
Professor da Universidade Federal de Minas Gerais, coordenador do curso de campo Ecologia da Floresta Amazônica
A ciência no Brasil vem sofrendo cortes orçamentários progressivos desde 2014. Esses cortes têm comprometido tanto a produção científica, quanto a formação de novos pesquisadores. Sem a formação de novos pesquisadores, nos tornaremos cada vez mais dependentes de conhecimento vindo de fora e isso pode afetar a qualidade de vida de todos.
Quando falamos em da crise em pesquisa ou em ciência, isso ocorre em todas as áreas, como química, física, engenharia e, no nosso caso, ecologia. Mas se você está se perguntando para que serve uma pesquisa em ecologia na sua vida, pense que é com base nela que entendemos como a natureza pode contribuir para sua vida, seja ao assegurar um ar ou água menos poluídos, manter serviços importantes pra produção de comida (como polinização de plantas frutíferas), proporcionar documentários que apresentam várias informações interessantes sobre comportamento animal ou garantir que lugares selvagens que são destinos turísticos sejam mantidos em bom estado de conservação. Sem estudos de ecologia, e sem os pesquisadores que fazem isso, nada dessas coisas podem ser conhecidas ou mantidas.
Há mais de 25 anos atrás nasceu uma experiência inovadora no Brasil com relação à formação de pesquisadores que trabalham com ecologia. Essa experiência era um curso de treinamento intensivo direcionado para jovens pesquisadores e veio a ser conhecida como EFA. Diferente de um curso comum, no EFA a sala de aula é a floresta amazônica e os jovens pesquisadores passam 30 dias imersos em diferentes regiões da floresta treinando e fazendo pesquisa científica na prática – tudo com acompanhamento de pesquisadores de diversas instituições.
A maioria dos ex-alunos, muitos dos quais são pesquisadores conhecidos em instituições de ensino e pesquisa atualmente, tem relatado que esse curso foi um divisor de águas em suas carreiras.
O curso seleciona 20 estudantes de diferentes regiões do país que passam os 30 dias recebendo treinamento. Todo o treinamento é gratuito para os estudantes selecionados e por isso, a execução dele depende do recebimento de financiamento. Esse financiamento normalmente vem de fontes governamentais (como a CAPES), mas com a crise atual, a maioria delas não tem verba suficiente para conceder o financiamento. Agora imagine quanto custa bancar a permanência de estudantes, professores/pesquisadores e toda a equipe de apoio em diferentes regiões da floresta amazônica? Definitivamente não é algo barato!
Por outro lado, deixar um curso de mais de 25 anos morrer num momento desses, seria uma perda tremenda para todos que já fizeram parte dele e para as gerações futuras de estudantes que ainda querem fazer parte. Por isso, decidimos abrir essa campanha na tentativa de assegurar que ele possa ser ofertado novamente. E se você tem curiosidade de conhecer mais o curso, também vamos sortear um dos doadores para acompanhar os estudantes de perto durante alguns dias num dos locais mais maravilhosos da Amazônia – o Parque Nacional de Anavilhanas. Simplesmente o segundo maior arquipélago fluvial do mundo!
Nessa campanha, você pode contribuir com o quanto cabe no seu bolso. Por favor, não se preocupe se só puder doar R$1,00, o que realmente importa para nós é que você conseguiu doar; e por isso somos gratos. Então, clique no logo abaixo e doe o quanto o seu coração (e bolso) deixar:
