Pergunte-nos o que quiser! (4ª edição)

Mantendo a tradição do blog, está aberta a nova temporada de perguntas livres.

Há quatros anos aderimos a essa moda e o resultado tem sido excelente. A novidade este ano é que agora responderemos em grupo, já que o blog se tornou uma equipe, com a participação do Alexandre e da Roberta.

Assim, pergunte-nos o que quiser sobre a Jornada do Cientista, a carreira acadêmica, outras carreiras que envolvem ciência, inquietações existenciais ou quaisquer outros temas relacionados a Ciência, Educação, Tecnologia e Inovação.

Faça quantas perguntas quiser, direcionadas a todos ou a um de nós, na forma de comentários aqui neste post. Vamos respondendo aos poucos.

 

(Fonte da imagem destacada)

 

28 respostas para “Pergunte-nos o que quiser! (4ª edição)”

  1. Oi!
    Vejo muitos docentes/pesquisadores de boas universidades publicando, em ótimas revistas, artigos que foram traduzidos ao inglês por profissionais que prestam este serviço.
    Mesmo entendendo que esta prática ocorre em diversos países, gostaria de saber a sua opinião (não necessariamente crítica) sobre esta prática e como se deu a sua transição de escrita do português ao inglês.
    Abs.

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    1. Oi Patrick, ótima pergunta. Muitos anos atrás escrevi sobre isso em outro post. Resumindo, acho que o idioma ideal para um texto depende do público-alvo e objetivo dele. Artigos técnicos, publicados em revistas revisadas pelos pares e indexadas nas principais bases bibliográficas, têm como objetivo registrar novidades científicas para a humanidade. Logo, na minha opinião, devem ser escritos na lingua franca de cada tempo. Já passamos pelo grego, o latim, o francês e agora estamos no inglês. Tenho segurança de que a próxima lingua franca, em cerca de 50 anos, será o carioquês 😁. Já outros tipos de texto escritos por cientistas, como artigos de divulgação científica, press releases, livros-texto, manifestos etc. devem ser escritos em idiomas variados, dependendo do caso.

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      1. Obrigado, Marco.

        Minha dúvida não foi necessáriamente sobre o idioma, mas sim da prática.

        Em contato com um Professor de uma Universidade dos EUA (sabe aquele tiro de sniper que você sugere em seus textos?), fui informado por ele os requisitos que ele espera de um (pesquisador) visitante em seu laboratório.

        Além de alguns conhecimentos técnicos da área, o Professor deixou claro que, para ele ter certeza que o candidato possui potencial para futuros artigos/trabalhos colaborativos, ele queria evidências da habilidade de escrita em inglês do candidato.

        É nesse ponto que eu queria chegar. A prática de pagar pelo serviço à tradução não pode, de certa forma, prejudicar o desenvolvimento desta habilidade? O que você interpretaria de habilidade de escrita em inglês, se comunicar razoavelmente bem, assim como estou fazendo agora, ou ter a capacidade de redigir um artigo todo em inglês? Desculpa insistir nesta dúvida, mas já que posso perguntar o que quiser… : )

        Abs.

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        1. Saquei a dúvida agora! É uma questão mais complicada do que parece. Por um lado, sim, concordo, todo mundo que deseja ser cientista profissional deveria investir pesado em adquirir fluência no inglês. Pelo menos na leitura e na redação. Por outro lado, o problema é que, enquanto você não se torna fluente, pagar bons tradutores e revisores é uma necessidade, pois as publicações não podem ficar engavetadas ad eternum. O ponto nessa história é que muita gente, de fato, se acomoda, quando tem verba disponível para traduções. Aí nunca domina a redação em inglês e depende sempre de muletas. E ainda tem outra coisa. Depois que você se torna professor, mesmo que seja fluente em inglês, simplesmente não tem tempo mais para traduzir todos os artigos de todos os seus alunos que não sabem escrever nesse idioma (hoje, muitos alunos chegam à universidade sem saber escrever sequer em português). Aí você acaba precisando da ajuda de tradutores. De novo, isso pode ser perigoso e virar um vício, porque os estudantes não recebem incentivo suficiente para aprenderem inglês. No meio desse rolo todo, minha sugestão para um cientista ou aspira, como indivíduo, seria: aprenda inglês o mais rápido possível e não dependa de ninguém para se comunicar com a comunidade científica internacional.

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  2. Olá, entrei nesse blog uma vez tempos atrás e novamente hoje e queria ajuda com um anseio: tenho 32 anos, sou formado em Geografia pela USP e não exerci em nada a profissão até agora. Sou funcionário público municipal na cidade de SP e é daí, e de alguns serviços como eletricista, que tiro minha renda mensal (o cargo público é de baixo escalão e o salário tbm é baixo), sendo casado e sem filhos. Dou essa introdução por que já faz tempo que me atraio pela área acadêmica, mas a insegurança e outras questões sempre me travam. Na graduação fiz iniciação e TGI (Trabalho de Graduação Individual) na área de Geografia Humana/cultural/das religiões, mas hoje não tenho muito mais interesse em seguir nesse temas, pois tive aproximações interessantes com as ciências exatas e biológicas. Assim, minha agonia se dá no fato de que tenho um desejo muito ardente pela academia, mas paro na dúvida se é necessário ou não fazer uma nova graduação. Creio estar um pouco velho para passar por todo o processo de graduação novamente e meu receio é que só consiga me tornar mestre perto dos 40 anos. Não serei hipócrita, tenho muita vontade de estudar fora e não tenho o menor receio de trabalhar em serviços paralelos se for necessário, porém sei que as oportunidades vão desaparecendo conforme a idade passa e queria uma opinião de vocês nesse aspecto, Vou esquematizar o que pensei:

    Áreas pretendidas: neurociências/bioengenharia

    Plano de ação 1: a) não buscar nova graduação, investir em cursos livres de plataformas como Coursera, EDx e similares e algum curso técnico no eixo de tecnologia industrial como Eletrônica, a fim de aprofundar e consolidar conhecimento técnico em exatas e programação de computadores. b) Criar, a partir daí, portfólio de artigos livres ou algum protótipo real para apresentar nas entrevistas de mestrado.

    Plano de ação 2: não buscar nova graduação,adequar o lattes com cursos na área pretendida por meio de plataformas online e se valer da minha graduação inicial mais os cursos livres para pleitear uma vaga.

    Plano de ação 3: a) buscar por uma graduação na área das ciências biológicas ou biomedicina, sendo que não me é possível cursar uma faculdade em horário integral (assim, biomedicina seria um curso ou noturno ou matutino em uma universidade paga). b)realizar iniciações científicas focadas na área pretendida desde o primeiro ano do curso. c)buscar a entrada no mestrado antes de concluir a graduação aproveitando o fato de já possuir nível superior.

    Plano de ação 4: Buscar um curso tecnológico de 3 anos na Fatec em Mecânica ou Eletrônica, uma vez que a formação me daria um bom suporte dentro das exatas em menor tempo que a graduação (me valendo aqui também do fato de já ter um bacharelado, ainda que em outra área). b)realizar iniciações e cursos complementares na área de neurociência/bioengenharia via plataformas online de universidades estrangeiras. C)Em 3 anos prestar um mestrado e conseguir ser mestre antes dos 40. A vantagem deste plano é poder utilizar o conhecimento como fonte de renda alternativa/autônoma durante a pós.

    Desculpem a longa mensagem, mas queria muito uma opinião de vocês.

    Grande abraço!

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    1. Oi Josué, obrigado por sua mensagem! Realmente mudar de carreira sempre é uma tarefa complexa. Mas não é impossível! Conheço algumas pessoas que foram bem sucedidas em guinadas de 180º, mesmo aos 30 ou 40 anos de idade. Fazer uma nova graduação nem sempre ajuda. Muitas vezes, nem é necessário. A grande evolução de quem fez uma boa graduação em alguma ciência natural é aprender a aprender. E, acima de tudo, saber separar o joio do trigo nesse mar de informações em que vivemos. Se a sua meta é fazer mestrado em neurociências ou bioengenharia, e depois ver se vai seguir carreira acadêmica na área ou não, sugiro o seguinte. Entre em contato com professores de renome que trabalham nessas áreas e converse com eles sobre a carreira. Converse também sobre os requisitos necessários para ingressar em um mestrado acadêmico. Descubra quais conhecimentos e habilidades são essenciais. Desses, tente saber quais podem ser aprendidos de forma autodidata e quais necessitam de educação formal. Só assim você poderá traçar um plano mais concreto, com metas a curto, médio e longo prazo. Boa sorte em sua jornada!

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      1. Muito obrigado, Marco, vou fazer isso e aproveitar para explorar outras áreas fazendo o mesmo. É muito bom saber que há quem se importe com quem busca a carreira acadêmica. Grande abraço!!!

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  3. Olá, equipe. Sou um leitor antigo do blog e adoro as postagens. Já me ajudou em vários momentos.

    Minha inquietação é a seguinte;

    Eu acabei de entrar no mestrado, no programa que sempre quis e estou bem feliz por isso. Nesse momento de crise é angustiante entrar na pós graduação. Na primeira semana de aulas eu vejo a noticia da CAPES alertando sobre um possível cortes de bolsas em 2019. Minha bolsa é CAPES. Senti vontade de voltar pra casa na mesma hora. É extremamente desanimador. Mas um sonho, é um sonho. Como foi mencionado no comentário acima, em épocas de crise a concorrência é ainda mais brutal. Ao terminar a pós-graduação, muita coisa terá mudado. Entretanto considerando que não mude tanto assim e a concorrência nos concursos seja tão brutal quanto agora, quais dicas vocês dariam para “sair” da universidade com uma formação diferenciada aumentando as chances de conseguir passar num concurso. Devo me dedicar mais as publicações? Devo me dedicar mais a aprender sobre minha área e tentar domina-la ao máximo possível? Além disso, quais os erros que talvez vocês tenham cometido durante a formação de vocês e que seria interessante repassar para que nós não errássemos também?

    Abraços!

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    1. Oi Erison, pois é, são tempos difíceis, mas vamos esperar que seja só uma fase ruim que vai passar, como outras já passaram. Veja um outro post sobre a montanha russa da ciência no Brasil.

      Quanto a erros, desafios e oportunidades ao longo da jornada, recomendo que você leia este post para pós-graduandos e este outro sobre a carreira em geral.

      Um conselho prático que te dou é não se limitar apenas às disciplinas e à tese. Veja o mestrado e o doutorado como a etapa transformativa da sua carreira. Você precisa sair da pós-graduação com um kit que contenha habilidades básicas e também habilidades avançadas que te destaquem na multidão. Além disso, crie uma identidade como cientista.

      Acima de tudo, não se limite a seguir a manada. Experiente, arrisque, trabalhe duro e descubra o seu próprio caminho. Boa sorte!

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  4. Olá Marco e colaboradores. Sou uma leitora assídua do blog. Atualmente sou aluna de iniciação científica na área de química. Gostaria, se possível, que o blog tivesse mais dicas para quem faz iniciação científica. Minha pergunta é: Muitos laboratórios veêm seus alunos de iniciação científica como apenas mão de obra para realizar tarefas que ninguém queira realizar como limpeza e etc. Se o professor é um professor com grande conhecimento em sua área (que vale a pena o investimento de tempo por parte do aluno), como um aluno de iniciação científica pode começar a direcionar a sua iniciação científica para aproveitar ao máximo esta experiência? No meu caso, já trabalhei na indústria e após uma grande crise pessoal voltei todos meus projetos de vida para a área acadêmica pois acredito que é nesta área está o meu Ikigai. Assim, gostaria de aproveitar o melhor possível esta oportunidade na graduação para que o mestrado e doutorado eu tenha boas oportunidades, como e se possível estudar fora por um tempo. Abraços.

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    1. Oi Daiana, obrigado por acompanhar o blog. Esse é um problema pelo qual, infelizmente, muitos alunos de IC passam. Cada professor entende a IC de uma forma diferente, o que leva a enormes variações no sentido que a IC acaba tendo em cada lugar. Além isso, alguns professores realmente exploram os alunos mais novos como mão-de-obra braçal, na cara de pau. Primeiro, sugiro conversar com os teus colegas de curso e descobrir quais professores levam a sério a missão de orientar ICs. Fuja dos professores que têm reputação de ser “patrões de fábrica” e formam equipes com dezenas de ICs, por mais equipados que os laboratórios deles sejam. Segundo, sempre é importante um aluno de IC mostrar apetite por conhecimento e pedir artigos, livros etc. ao orientador, além de cumprir metas e prazos. Em geral, quando o orientador é bom, alunos que estão sempre antenados e convertem tempo e energia em progresso acadêmico costumam receber cada vez mais atenção.

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  5. Oi pessoal!!!

    Ando me perguntando sobre um assunto que ultimamente tem sido bastante debatido: A saúde mental do pós-graduando. O assédio moral que sofri de alguns professores após questionar (de forma pacifica) sobre um método avaliativo, está quase me custando o doutorado, e infelizmente não tive coragem de reportar para a pró-reitoria ou demais setores responsáveis por medo de acabar sendo misteriosamente desligada do programa ( como “aconselhado” por um dos professores). É muito frustrante em pensar que pesquisadores que antes tinha admiração na verdade estão mais ocupados em alimentar seus egos vencendo briguinhas infantis inventadas por eles mesmos que fazendo pesquisa de fato.

    O que antes eram casos isolados acabam acontecendo com colegas próximos ou com nós mesmos. Logo, Pergunto à vocês o que nós, alunos, podemos fazer para que isso não afete nossas pesquisas e formação, bem como dos futuros pós graduandos?

    Desculpem pelo desabafo!

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    1. Oi Olga, sinto muito por esses problemas.

      Também passei por assédio moral em todas as fases da minha educação, do primeiro grau ao doutorado. Guardo cicatrizes profundas deixadas por alguns professores com sérios problemas emocionais. No meu tempo, a coisa era bem pior do que hoje. Fico feliz em ver que, apesar de ainda ocorrem muitos casos como o seu, essa cultura vem melhorando aos poucos e a conscientização vem aumentando.

      Bom, voltando ao ponto, sugiro que você procure os canais oficiais da sua universidade. É muito importante tentar resolver a situação usando os protocolos de atendimento oficiais e seguindo a cadeia hierárquica desses canais, dos mais próximos a você até as esferas mais altas, conforme necessário. Já vi muitas reclamações justas serem ignoradas ou até saírem pela culatra, por terem sido feitas da maneira errada. Por exemplo, quando alunos insatisfeitos fazem shaming de professores em redes sociais, antes mesmo de tentarem conversar com eles.

      Assim, o ideal é começar conversando com os professores envolvidos. Pelo que você falou, isso não adiantou.

      Bom, nesse caso, o próximo passo é pedir ajuda ao seu orientador. Se ele se recusar a te ajudar ou não puder te ajudar, procure se aconselhar com algum outro professor do seu PPG, no qual você confie e que seja sensível ao sofrimento dos alunos. Se não der certo, em seguida recorra ao colegiado ou à coordenação do seu PPG.

      Em casos mais graves, às vezes é necessário recorrer à ouvidoria da sua universidade. Em casos gravíssimos, que envolvem crimes, procure orientação de um bom advogado.

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  6. Olá pessoal, tenho sentido que um dos fatores que interferem no crescimento da ciência brasileira é a falta (ainda) de colaboração entre os pesquisadores. Qual tem sido a experiência de vocês quanto a isso? Quais são as dicas para que essa barreira seja derrubada e qual a maneira ideal de discutir com alguém a ideia de um campo de pesquisa sem ser considerado um “concorrente”?

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    1. Oi Karla, não sei em área você trabalha, mas pelo menos na área em que trabalhei (ecologia de peixes de recifes tropicais) noto uma boa colaboração entre os pesquisadores, sobretudo comparado a outros países, e à própria situação do Brasil há algumas décadas. Passei 6 anos fazendo pesquisas na Austrália e nos Estados Unidos e a competição era bem maior que no Brasil. Acredito que o fato da posição professor universitário ser mais estável aqui, pelo menos nas universidades públicas, deva contribuir para que a competição seja menor aqui. Fora isso, artigos com abordagens mais amplas têm sido cada vez mais valorizados, e esse tipo de trabalho geralmente requer vários pesquisadores. Claro que sempre existe uma ou outra rixa entre laboratórios, mas creio que isso já foi pior (como falei antes, pelo menos na área em que trabalhei).
      De qualquer forma, algumas ideias que, por experiência, vi funcionarem bem para diminuir a competição entre laboratórios são aquelas que incentivam o diálogo entre laboratórios. Isso pode ser feito através do convite de pesquisadores de outros grupos de pesquisa para bancas de qualificação/mestrado/doutorado etc, simpósios, viagens de campo, ou até para escrever artigos colaborativos sobretudo de abordagem ampla ou revisões, em que juntar diferentes pesquisadores e pontos de vista é fundamental. Atitudes como essas ajudam a fazer com que diferentes grupos de pesquisa não se vejam como concorrentes, mas sim como colaboradores.

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    2. Oi Karla, concordo com a Roberta e acrescento: o que nos falta mais é um treinamento mais estruturado em coisas básicas, como planejamento de projetos, comunicação científica e gestão de equipes.

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  7. Olá pra toda a equipe!! terminei meu doutorado em 2016, trabalhei dois anos como professora colaborada em uma universidade e agora estou estudando pra concursos e desempregada. Já fiz uns dois pra efetivo e nada, esta cada vez mais competitivo e difícil, e meu currículo não é lá aquelas coisas também. Enquanto estudo penso se não está sendo tempo perdido, se não tento fazer outra coisa, e ao mesmo tempo não consigo me imaginar fazendo outra coisa e também poxa, já cheguei até aqui, porém não imaginava que essa fase seria tão difícil. Tenho medo de ficar nessa e não conseguir passar em um concurso e ficar frustada e arrependida. Bom, são essas as minhas indagações do momento. O que vocês acham dessa realidade que acredito ser a de muitos com doutorado, desempregados e estudando pra concursos?

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    1. Oi Kaline, essa infelizmente é a realidade de muita gente. A carreira acadêmica sempre foi extremamente competitiva. E em tempos de crise a competição fica ainda mais brutal. Recomendo que você reflita sobre duas coisas. Primeiro, em que colocação você tem ficado nos últimos concursos? Se tem ficado sempre entre os três primeiros, ótimo sinal, talvez falte pouco para chegar a sua vez. Segundo, outras carreiras não te fariam mais feliz? Pense se vale mesmo a pena se submeter a tanta pressão. Só você pode achar essas respostas. Boa sorte em sua jornada!

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    2. Oi Kaline! Como o Marco disse infelizmente tem muita gente nessa situação. A primeira coisa que você tem que pensar é se você realmente quer seguir nessa carreira. Pelo que você escreveu (“não consigo me imaginar fazendo outra coisa”) acredito que sim, mas seu comentário “já cheguei até aqui” me chamou a atenção. Faça um exercício e reflita se você se acha na obrigação de passar em um concurso e se tornar professora universitária porque teve uma carreira na Academia até hoje. Digo isso porque defendi meu doutorado em 2010, trabalhei como pós-doutoranda até 2016, e esse tipo de pensamento passava muito pela minha cabeça. A diferença é que eu tinha, sim, um grande interesse por outra área, mas muitos colegas, e até eu mesma, achavam um absurdo eu decidir por outra carreira depois de tanto tempo na Academia. Acabei decidindo me aventurar pela mídia e hoje estou muito feliz. Pense bem nisso e, se você realmente optar por pela carreira acadêmica, faça um planejamento e se organize para fortalecer o seu CV (publicações de qualidade, experiência em sala de aula etc) para futuros concursos. Boa jornada par você!

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  8. O que podemos fazer para criar uma cultura de iniciação científica júnior (com alunos do ensino fundamental e médio)? As universidades possuem autonomia para essa prática? O que as universidades estão fazendo com a autonomia que possuem para a construção de um mundo melhor?

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    1. Patrícia, aproximar os alunos de ensino fundamental e médio da Ciência é fundamental, sobretudo em uma época de tanta disseminação de notícias falsas. Muitas universidades brasileiras organizam, ao menos uma vez por ano, semanas de “universidade aberta”, em que pessoas de fora podem visitar diferentes institutos, laboratórios e conversar com pesquisadores. Fora isso, há vários eventos organizados por universidades, ou junto a elas, para levar o conhecimento gerado nas universidades ao público geral. Em São Paulo, esse é o caso do USP Talks: http://usptalks.prp.usp.br/pt/home/. Procure se informar, na sua região, de oportunidades e eventos como esses. Fora isso, a própria internet está repleta de blogs e até canais feitos por pesquisadores com o intuito de popularizar a ciência.

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    2. Oi Patrícia, assino embaixo o que a Roberta disse. Outra iniciativa sensacional são justamente os programas de IC júnior que se tornaram mais comuns nos últimos anos. Excelentes cientistas demonstraram vocação para a carreira já na escola e conseguiram se desenvolver graças a incentivo e mentoria ainda na adolescência. É o caso do Artur Ávilla, por exemplo, único brasileiro a ganhar uma Medalha Fields (https://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Avila). Precisamos identificar e estimular jovens talentos assim que eles demonstram interesse pela ciência. E precisamos dar especial atenção àqueles que vem de famílias pobres e não crescem em ambientes que estimulam a leitura e o estudo.

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