Como dar uma aula na universidade

Pensando nos colegas que estão começando a dar as primeiras aulas na universidade, seja como monitores de graduação ou tutores de pós-graduação (via Reuni, Capes ou outros programas), resolvi escrever um pouco sobre como dar aulas no ensino superior.

Não se trata de um manual ou de regras rígidas, muito menos de um compêndio abrangente. Aqui apresento apenas conselhos práticos de quem enfrenta a sala de aula há mais de 20 anos para ensinar Ecologia e Zoologia. Além disso, escrevo com o viés de alguém que é primariamente cientista e secundariamente docente, apesar de amar ambas as atividades.

Na verdade, pensei não apenas em monitores, tutores e professores recém-contratados, mas também em colegas que estão na guerra dos concursos públicos para professor. Quase todo concurso inclui uma prova didática, que às vezes pode mudar os rumos da seleção e derrubar até mesmo um candidato com um currículo forte.

Bom, partindo do começo, há colegas que acabaram de estrear como professores em universidades públicas, mas que não têm muita experiência em ensino, pois saíram ontem do doutorado. Alguns nunca deram uma aula de graduação na vida.

Infelizmente, o caminho quase único para se tornar um cientista profissional no Brasil é conseguir um emprego como professor universitário, mesmo que você não tenha vocação para lecionar. Empregos puramente científicos em regime permanente, ou pelo menos estável, em institutos de pesquisa ou na indústria, ainda são raros por aqui. Sorte minha gostar de dar aulas (rs), pois sei que alguns colegas sofrem com essa obrigação.

Ok, meu “bróder”: os alunos não têm nada a ver com a sua vocação e merecem cursar disciplinas de qualidade, que realmente os preparem para exercer a profissão. Logo, tanto faz se você gosta ou não de dar aulas: missão dada é missão cumprida! Não importando se você foi parar na sala de aula com as próprias pernas ou chegou lá acorrentado, faça um bom trabalho. A educação é a base de uma sociedade civilizada, então a missão do professor deve ser levada muito a sério.

Como em qualquer atividade acadêmica, para dar uma excelente aula de graduação é preciso uma mistura de talento, treinamento e planejamento. O talento não tem jeito: ou você nasce com ele ou sinto muito. Há colegas que são excelentes cientistas, mas que não conseguem nem por decreto passar conhecimento de uma forma eficiente. Eles têm que se esforçar bem mais do que os outros para chegar a resultados satisfatórios. E eles devem se esforçar! Sem talento é difícil dar uma aula excelente, mas você pode pelo menos dar uma aula boa, se investir no estudo e no planejamento, além de adquirir prática com o tempo.

O treinamento, se você tiver sorte, pode vir através de um bom orientador que te dê espaço nas disciplinas dele. Se o seu orientador for um bom professor, cole nele, pegue dicas, assista suas aulas, peça para ministrar algumas dessas aulas, imite o estilo dele no começo. Imite também outros professores que você admira. E perceba as técnicas usadas em excelentes palestras, como algumas dadas nas TED Talks. Com a prática, você desenvolverá a sua própria pegada.

Aulas teóricas sobre como ensinar muitas vezes não ajudam, salvo honrosas exceções. Infelizmente, não recebemos treinamento algum para dar aulas no ensino superior. No máximo, mestrandos e doutorandos fazem disciplinas de tutoria (há uma que é obrigatória para bolsistas da Capes), cuja carga teórica e prática é pequena e caótica. Para piorar, a formação de professores do ensino básico no Brasil geralmente é acadêmica demais e prática de menos. Além disso, muitas vezes, ela vem com uma forte carga ideológica.

Quero deixar claro que não tenho paciência para a briguinha de egos “pesquisa vs. ensino” dentro das universidades. Dicotomias geralmente são burras. Há excelentes pesquisas em educação que ajudam muito a nortear uma aula de universidade. Há também outras fontes valiosíssimas que podem te ajudar a elaborar técnicas de ensino, como pesquisas em marketing, retórica, neurociência, cognição e psicologia social.

O planejamento você também aprende durante um treinamento formal ou informal. Só que ele é responsabilidade sua, não de terceiros. É nele que vou me concentrar neste artigo. Para planejar bem uma aula, responda para si mesmo as seguintes perguntas.

1. Qual é o perfil da minha turma?

Antes de mais nada, considere o curso em que a aula será dada: Biologia, Ecologia, Gestão Ambiental, Ciências Socioambientais, Veterinária, Engenharia Ambiental?

Se o curso em que você for dar a aula for o mesmo em que você se formou, as coisas ficam bem mais fáceis, pois você estará na sua zona de conforto. Porém, se você for dar a mesma aula em um curso alheio à sua formação, precisará fazer o dever de casa e investigar o perfil dos alunos, sua bagagem acadêmica e suas aspirações profissionais.

Por exemplo, se você for dar uma aula sobre interações ecológicas em um curso de Biologia, poderá se concentrar nos aspectos acadêmicos do tema, apresentar informações em detalhe, focar no lado ecológico, cruzar informações aprofundadas vindas de diferentes ciências biológicas.

Porém, se você for dar uma aula sobre o mesmo tema em um curso de Engenharia Ambiental, terá que focar nas aplicações práticas desse conhecimento para não perder a atenção da turma e para que a aula tenha alguma relevância para eles. Isso, sem, é claro, se esquecer de apresentar as bases científicas do tema. Você também não poderá exigir conhecimentos prévios profundos sobre teorias ecológicas.

2. Para alunos de qual nível darei a aula?

Na universidade, há basicamente dois tipos de turma: graduação e pós-graduação. O que diferencia uma da outra é o grau de especialização em determinada área da ciência. Para entender o que estou falando, dê uma olhada neste artigo publicado no blog do Matt Might.

Procure não diferenciar esses dois tipos de turma em termos de rigor e profundidade. Não subestime os alunos de graduação, pois muitos dão um banho nos alunos de pós-graduação. A pior forma de desvalorizar um aluno é baixar o nível do ensino supondo inferioridade. Quando for focar a sua aula em um público de graduação ou pós, diferencie apenas o grau de especialização do tema.

Por exemplo, para uma turma de graduação em Biologia você pode dar um curso de Fundamentos de Ecologia, Ecologia I, Ecologia Básica, Elementos de Ecologia ou afins, que inclua vários temas em Ecologia. Já para uma turma de pós-graduação, provavelmente você vai gastar um semestre inteiro com uma matéria sobre Ecologia de Populações ou Ecologia de Comunidades.

Sendo assim, por exemplo, em uma aula da graduação é capaz de você usar um ou dois tempos falando sobre estrutura e crescimento populacional, resumindo tudo isso num pacote único. Já em uma aula de pós-graduação, por exemplo em uma disciplina de Ecologia de Populações, você poderá se concentrar em falar, em uma aula inteira, apenas sobre o modelo logístico de crescimento populacional ou apenas sobre tabelas de vida. Sacou a diferença?

3. Qual é o objetivo da minha aula?

Muitos nem sequer pensam sobre isso. Porém, como tudo no trabalho e quase tudo na vida, uma aula também precisa ter um objetivo. Como você pode fazer um bom planejamento sem saber aonde quer chegar?

Todo tema, por mais especializado que seja, sempre tem nuances, lados, pontos de vista, sub-temas. Uma boa maneira de estabelecer um objetivo para a sua aula é pensar em qual dos lados do tema você quer focar.

Por exemplo, em uma aula sobre estrutura e dinâmica populacional para uma turma de graduação em Biologia, o que você acha mais importante que os alunos guardem ao final? Você pode decidir, por exemplo, que o mais importante é eles saírem tendo intimidade com o significado de cada um dos parâmetros populacionais mais importantes (N, r, K etc.). Você, como professor, deve decidir isso.

4. Quanto tempo tenho disponível para a aula?

Isso não é apenas um detalhe, mas uma informação crucial. Se você tiver apenas um tempo de 50 min, precisará fazer muito mais recortes no tema da aula do que se tiver dois tempos. O tempo disponível muda muito a cara da aula.

No caso de aulas com dois ou mais tempos, vale a pena balancear a parte expositiva (como se dizia antigamente, cuspe e giz; ou, hoje em dia, datashow e quadro eletrônico) com partes mais interativas, como um grupo de discussão (também conhecido como estudo dirigido), seminário ou prática. Lembre-se: a capacidade real de atenção de adultos gira em torno de 50 min, sendo que esse limite vem despencando assustadoramente depois que a “iGen” entrou na universidade.

Sempre respeite o tempo da aula. Nada é pior do que professores que avançam na aula do professor seguinte: eles irritam os alunos e os colegas. Estourar o tempo é igualmente ruim no caso de aulas antes do almoço, pois você estará submetendo os alunos a uma tortura cruel.

Dica para concursos 1: em uma aula de concurso (a.k.a., prova didática), estourar o tempo para baixo ou para cima pode implicar em desclassificação automática! Ou, no mínimo, em perda signitiva de pontos, o que te coloca fora do páreo, já que muitos concursos são decididos nos décimos.

Via de regra, em uma aula real, planeje 3 min ou mais para cada slide. Além disso, considere o perfil da turma: algumas são muito mais participativas e fazem muito mais perguntas do que outras. Não pode a curiosidade dos alunos. Se necessário, reduza o número de slides drasticamente para as turmas mais curiosas ou críticas. É melhor dar menos conteúdo do que enfiar conhecimento sem crítica goela abaixo dos alunos. Costumo planejar, na prática, de 20-30 slides para uma aula teórica de 50 min, levando tudo isso em conta.

5. Eu já venho acompanhando a turma ou vou apenas dar uma aula avulsa?

Se a turma for sua de fato, você terá muito mais segurança na preparação da aula, pois conhecerá os alunos, suas habilidades e limitações.

Contudo, se alguém chamar você para dar uma aula avulsa numa disciplina que não é sua, procure saber mais sobre a turma antes de planejar a aula. Conhecer o perfil do seu público-alvo aumenta muito as chances de dar uma aula realmente boa.

6. Trata-se de uma aula real ou de uma prova didática?

Parece uma pergunta boba, mas respondê-la evitaria constrangimentos a muita gente… Como comentei lá no início, é comum em concursos para professor o candidato ter que fazer uma “prova didática”. Ou seja, uma aula de 50 min pela qual ele receberá uma nota, que muitas vezes será decisiva no concurso.

Dica para concursos 2: a principal diferença entre uma aula de verdade e uma aula de concurso é que a segunda, na verdade, é uma palestra gigante à moda antiga (lecture). Isso porque uma aula não é uma aula, se não envolver interação com a turma. E as aulas de concurso geralmente não tem turma e nem mesmo interação com a banca. Não se esqueça disso.

Se você estiver preparando uma aula para um concurso, não viaje na maionese e nem “pule o corguim”. Não entre numa vibe hiper-realista, que te leve a tratar a banca como uma turma de verdade. Evite simular a aula tão exageramente a ponto de dizer coisas como “não se esqueçam do dever de casa”, “semana que vem tem prova” ou “fica quieto, Fulaninho!”. Ou, pior, não seja tão realista a ponto de chegar na prova didática e dizer: “desculpem, mas hoje tenho uma banca de mestrado, então trouxe o meu doutorando, Zé das Couves, para dar a aula para vocês, já que é o tema da tese dele”.

Em uma aula de concurso, faça as coisas como faria na vida real, sem frufrus ou xurumelas. Prepare-se bem, mostre domínio do tema, não transmita insegurança, seja claro, conciso e preciso. É fundamental, em uma prova didática, deixar claro qual recorte você fez no tema geral e porque esse recorte faz sentido. Isso reduzirá a chance de algum membro da banca fazer um questionamento do tipo “porque a parte X ficou de fora?”.

De preferência, chegue no concurso já com uma aula preparada para cada tema. Use as famosas 24 h antes da prova não para preparar a aula do zero, o que é ótimo para elevar seu estresse a níveis insuportáveis, mas sim para dar aquele up na aula. Nessas 24 h no corredor da morte, tente achar um bom fio condutor que deixe muito claros o objetivo e contexto da sua aula. Isso pode levar uma boa aula a se tornar excelente.

7. Posso fazer piadas durante a aula ou devo permanecer sisudo?

Alunos geralmente gostam de professores brincalhões. Além disso, uma boa piada colocada no tempo certo ajuda a recuperar a atenção da turma lá pelo meio da aula.

Então a resposta é sim, você pode fazer piadas. Mas use o humor em sala de aula com parcimônia e faça apenas piadas inteligentes, bem colocadas, evitando piadas chulas ou ofensivas.

E, mais importante, faça piadas em sala apenas se você for um sujeito naturalmente bem-humorado ou fanfarrão. Não tente ser engraçado se isso não for um traço da sua personalidade, apenas porque você viu a aula de um colega que fez uma gracinha e foi bem sucedido.

Alerta em 2022: desde que publiquei este post até hoje, o mundo mudou. “Eu vejo isso na água. Eu sinto isso na Terra. Sinto o cheiro no ar.” Em poucos anos, a nossa sociedade foi dominada por um puritanismo hipócrita, importado dos gringos, como tudo mais. Esse puritanismo se manifestou originalmente à esquerda, mas hoje também ocorre à direita. Por causa disso, o clima nas salas de aula está cada vez mais tenso, com alunos esperando os professores darem qualquer escorregada para denunciá-los e destruir suas reputações nas redes sociais e corredores. Tanto faz ser inocente ou culpado: basta ser acusado para ter a carreira jogada na lama. Assim, hoje, sugiro se abster de qualquer tipo de piada em sala. Dê aulas formais, secas e diretas para a sua própria segurança. Como dizem os alemães: “Reden ist Silber, schweigen ist Gold.”

8. Qual é o fio condutor da minha aula?

Uma boa aula, assim como uma boa palestra, deve ter um roteiro e um fio condutor. Estabeleça uma seqüência lógica para os tópicos que vai abordar, colocando-os alinhados a um tema central bem definido.

Comece contextualizando a sua aula dentro do assunto maior ao qual ela pertence. Depois defina qual tema específico vai abordar dentro desse universo e porque. Escolha os tópicos mais relevantes relacionados ao tema e se guie por eles para estabelecer o conteúdo da aula. Logo nos primeiros slides, apresente essa estrutura lógica, mostrando aos alunos os tópicos que pretende abordar. Costumo repetir os tópicos ao longo da aula, sempre mostrando o avanço de um para outro, para que os alunos saibam onde estamos a cada momento dentro do plano geral da aula.

Macete 1: para prender a atenção da turma, sempre começo as minhas aulas com uma pequena introdução intrigante, dando um exemplo aparentemente viajante, mas que depois mostro ter a ver com o tema a ser abordado na aula. Por exemplo, em uma aula sobre crescimento populacional, meu primeiro slide costuma ser uma foto da estação de metrô da Sé, em São Paulo, na hora do rush.

Macete 2: ao final da aula, sempre apresente uma “moral da história”. Ou seja, um slide resumindo as informações mais importantes apresentadas na aula. Foque nas informações que você gostaria que os alunos guardassem na memória por muito tempo. São as famosas “take-home messages”.

10. Que recursos didáticos devo usar?

Há vários tipos de recursos didáticos, que vão desde o quadro-negro até uma dinâmica de grupo, passando pelas famosas aulas em datashow.

Dependendo do objetivo da sua aula e do perfil da turma, um recurso funcionará melhor do que o outro. Na maioria das vezes, uma mistura de recursos didáticos cai bem. Inspire-se nas aulas de professores que admira e lembre-se de quais recursos eles usaram e como.

Pense, pense e pense. Depois, pense mais um pouco. Use os recursos que julgar mais adequados a cada situação. Não existe “o recurso correto”. Aceite bons conselhos e siga bons exemplos, mas não deixe de pensar livremente.

11. Devo caprichar nos meus slides?

Sim, é óbvio! Não faça os slides nas coxas. Procure imagens lindas, gráficos atraentes e diagramas claros para ilustrar suas aulas. Uma imagem vale mais do que mil palavras, mas só se ela for bonita e tiver uma mensagem clara.

Tenha atenção aos detalhes, trate com carinho coisas como diagramação, alinhamento, esquema de cores etc. Não deixe passar erros de português nos seus slides, pois isso demonstra descaso.

E nunca, em hipótese alguma, deixe passar erros conceituais, como por exemplo uma fórmula errada, um conceito trocado ou uma citação errada. Lembre-se de que você estará ensinado o ofício a jovens colegas em formação, que muitas vezes não têm ainda maturidade, experiência ou iniciativa suficientes para criticarem as aulas de um professor e checarem por conta própria informações que porventura achem estranhas.

12. Posso incluir citações na minha aula?

Sim, pode e deve. Inclusive em aulas para a graduação. Mas não precisa exagerar na quantidade de citações.

Faça poucas citações, muito menos do que faria num artigo, mas não deixe de citar as fontes de conceitos-chave apresentados na sua aula. Isso permite aos alunos mais estudiosos correrem atrás das informações na versão original, se quiserem. Citações também são importantes para os alunos conhecerem os trabalhos clássicos de uma determinada área.

Também não se esqueça de fazer sugestões de leitura ao final da aula. É claro que, em muitas turmas de graduação (especialmente de disciplinas obrigatórias), a maioria dos alunos quer apenas fazer o mínimo necessário para passar. Outros não querem nem isso.

Mas há sempre alunos estudiosos, que têm sede de conhecimento, mesmo que eles sejam apenas meia dúzia. Para os alunos que brilham, seja por talento ou por esforço, sugira leituras adicionais que os ajudem a se aprofundarem num tema do qual tenham gostado.

Bastam umas três sugestões importantes, não mais do que isso, pois uma lista com dez ou mais referências é totalmente fora da realidade, especialmente na graduação com sua carga horária massacrante e emburrecedora (leia um outro texto sobre o que eu acho do nosso sistema de ensino).

13. Como devo lidar com bagunça e conversas paralelas?

Infelizmente, muitos alunos chegam à universidade hoje em dia sem a menor educação familiar. Junte-se a isso a postura paternalista/populista de alguns professores, que se preocupam mais em ser populares do que eficientes e não dão notas baixas para não ficarem mal na fita, e temos o desastre educacional que vivenciamos atualmente.

Se você quer realmente fazer a diferença e preparar bons profissionais, seja rigoroso com a disciplina, mas não se estresse demais e trate seus alunos com cuidado e atenção. Na prática, isso quer dizer não tolerar bagunça e conversas paralelas, mas não gritar com a turma ou perder a linha por causa desse tipo de coisa. Suas cordas vocais e seu coração agradecem.

Estabeleça um limite para os atrasos; só aceite fazer exceções em casos especiais, com justificativas devidamente comprovadas (por exemplo, alunos no noturno que saem do trabalho direto para a sala e enfrentam um trânsito pesado). Não seja inflexível em suas regras, mas também não aceita qualquer mudança pedida pelos alunos só para ficar bem na fita.

Tenha uma postura firme e coerente, que a turma naturalmente irá te respeitar, mesmo que isso demore um pouco. Se houver alunos que insistem em conversar durante a aula, convide-os educadamente a se retirar e ir conversar no bar do esquina. Se houver alunos simplesmente desatentos, mas que não estão atrapalhando os outros, ignore-os e concentre-se naquelas que realmente querem aprender.

Ninguém aprende obrigado. O mais importante é você motivar a turma, para garantir que pelo menos os bons alunos prestarão atenção à sua aula. Além disso, estabeleça as regras do jogo claramente logo na primeira aula e seja coerente com elas.

14. Posso “pensar fora da caixinha” de vez em quando?

Sim, não só pode, como deve. Vale a pena experimentar jeitos diferentes de fazer a mesma coisa.

Por exemplo, inverter a ordem do aprendizado. Uma coisa que funciona bem no caso de assuntos complexos é dar um dever de casa sobre o tema da aula antes da parte expositiva em sala. Pode ser altamente produtivo, sob algumas condições, fazer com que os alunos primeiro estudem o tema por conta própria, para só depois você discutir os tópicos com eles e aprofundar o conhecimento em sala. É o que chamamos de “sala de aula invertida”.

Outra abordagem eficiente é combinar as aulas teóricas e práticas em sala com conteúdo online via moodle ou outros meios, como naquele seriado “Lost”, em que os episódios e o conteúdo na internet se complementavam. É o que chamamos de “ensino híbrido”.

15. Posso avaliar os alunos através de provas?

Sim, óbvio! Não acredite na besteira dogmática disseminada por aí de que “provas tolhem a criatividade e desumanizam o aluno”.

Você pode e deve avaliar os seus alunos regularmente, incluindo provas no estilo tradicional, com perguntas discursivas e de múltipla escolha. Contudo, recomendo misturar ao longo de uma disciplina de graduação avaliações de diferentes tipos, dando notas para diferentes atividades, como grupos de discussão, seminários, monografias e provas convencionais. Até mesmo porque alunos com deficiências físicas ou mentais podem mostrar bom rendimento em um tipo de avaliação, mas não em outro, e isso não tem a ver com o quanto eles são capazes de aprender.

A maioria dos alunos, infelizmente, não vai estudar por conta própria se não tiver ao menos um pouco de medo de não passar na disciplina. De qualquer forma, foque a sua aula nos alunos que brilham, seja por talento ou por esforço, e crie um nível de cobrança ajustado não aos alunos específicos de uma turma (sou contra avaliações comparativas), mas sim ao que você acha que é o nível mínimo necessário para formar um bom profissional na sua área.

Conselho final: dê uma aula que você mesmo gostaria de assistir

Ao preparar a sua aula, pense sobre todas as aulas que já teve na vida e separe os extremos: aquelas que odiou e aquelas que adorou. Nada é mais repulsivo do que uma aula “morna”.

Reflita sobre as características dessas aulas extremas e o caminho a seguir ficará mais claro para você. Se você mesmo não acreditar na sua aula, a sua turma provavelmente passará por 50 min de tortura.

Exemplos

Coloquei aqui como exemplos aulas que dei em concursos nos quais fui aprovado. Também já dei essas aulas em sala em outras versões. Elas vêm tendo boa recepção pelas turmas. (Diminui a qualidade das imagens para os arquivos ficarem menos pesados)

Aula exemplo 1, concurso de admissão da UFMG, 2012: Populações e metapopulações.

Aula exemplo 2, concurso de admissão da USP, 2017: Seleção de habitat.

Aula exemplo 3, concurso de livre-docência da USP, 2019: Interações mutualistas animais-plantas.

Durante o coronapocalipse, que felizmente já passou, demos toneladas de aulas remotas. Aproveitando essa experiência forçada e intensiva, hoje, tenho adotado um formato híbrido nas minhas disciplinas. Veja exemplos de aulas remotas que gravei:

Aula de exemplo 4, disciplina de graduação “Tópicos Avançados em Ecologia de Animais”, USP: Hipóteses.

Aula de exemplo 5, disciplina de pós-graduação “Comunicação Oral”, USP: Storytelling.

Sugestões de leitura

  1. Notes for a New Faculty Member
  2. TED Talks
  3. Como dar uma palestra
  4. How to give a good lecture
  5. A ciência do slide perfeito
  6. A Psicologia das Cores

(Fonte da imagem destacada)

65 respostas para “Como dar uma aula na universidade”

  1. Esse comentário abaixo é sobre concurso para professor universitário federal/estadual: AULA (PROVA DIDÁTICA)
    Concordo plenamente com você. Já vi exemplos de aulas não muito boas e o candidato passar sem problemas. Outros, apresentam uma aula muito boa e são reprovados. É um sistema de ensino que mostra até o ultimo momento que serve mais para excluir do que para selecionar. A prova didática é muito subjetiva. No momento não são avaliados apenas conhecimentos e clareza de ensino com recursos metodológicos. Mas existem itens ocultos na avaliação: roupa, cheiro do candidato, carisma, as vezes cor de pele, orientação sexual (é visível se o candidato é gay ou hetero). Isso tudo e muitos outras variantes (não ir com a cara do candidato) conta na hora de aprovar. Além de tudo isso, ainda existam candidatos com formação melhor do que a banca: Com doutorado e com possibilidades de ser um forte concorrente depois de aprovado, dentro da própria universidade. Então o/a presidente da banca (que é professor(a) efetivo(a) da universidade que você está concorrendo, não vai querer um candidato muito forte que vai sobressair). Logo, REPROVAÇÃO é o jeito mais fácil de se livrar de um futuro colega-estrela. Enfim, avalia-se tudo em uma banca. O governo deveria acabar com essa “farra do boi” em que alguns professores se arvoram na função de juízes com total desrespeito e cinismo para com os candidatos, mas tudo isso envolto em uma falsa aparência de seriedade, de isenção, de perfeição. Para no final, com o candidato REPROVADO esse mesmo candidato até achar que não é bom mesmo para o cargo. Existe casos e casos a analisar. Mas com CERTEZA absoluta a banca de concurso para professor, tal como conhecemos NÃO É A MELHOR OPÇÃO para avaliação. O governo federal deveria promover exames como o ENEM para professores. Assim, os professores fariam apenas uma prova e ficariam no cadastro geral de aprovados. Assim, as universidades poderiam abrir vagas em função desse cadastro de professores aprovados. É lamentável em que coisa a Educação tenha se tornado: um terreno mais para REPROVAR do que para APROVAR o ser humano. Um professor ainda tem a capacidade de detonar com a auto-estima do aluno/candidato cortar a criatividade e fazê-lo arrepender amargamente de ter escolhido essa área que eu considero uma da mais perigosas para a saúde mental. A classe de professores é muito desunidade e não perde a chance de detonar com um colega. Diferente da classe médica ou jurídica ou engenharia, ou psicólogos, nutricionistas e demais áreas: todos tem um código de ética JÁ INCORPORADO naturalmente entre seus membros que é o de não apontar os defeitos dos outros, os erros de um colega de área. Você já viu um medico falar mal de outro colega? Professor não só fala mal como não perde a chance de detonar um colega numa banca examinadora. Aconselho a quem tem chance, de ABANDONAR essa profissão, ou ser proprietário dela com alguma escola, faculdade, etc porque como empregado nessa profissão não vai te levar muito longe ou até onde for sua ambição (não só financeira, mas profissional).

    ps: fui aprovado em 2 concurso federais e reprovado em 2. O estranho é que fui aprovado com a mesma aula em que fui reprovado anteriormente.

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  2. ola gostei muito na verdade nunca dei aula estou cursando pedagogia nas a professora nas aulas dela sempre pede um projeto e planejamento eu estou amando cada dia ela nos dar algo diferente desenvolver os aspecto em cultura social conhecer formação cidadania .

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  3. Meus parabéns pela sua iniciativa de colocar em “poucas” linhas suas experiências e ensinamentos sobre ensinar! Meu muito obrigado!

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  4. Marco, parabéns pelas dicas! Ingressei em universidade pública como professora. O curso não é minha área de atuação e a primeira disciplina a ministrar também não é da minha área. Vc pode dar sugestões de como devo proceder na primeira aula (será a primeira aula do segundo semestre da turma, e também as duas primeiras aulas do dia!). Obrigada!

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    1. Ariane, parabéns! Quanto à adequação temática, passei por algo parecido. A vaga do meu concurso era totalmente dentro da minha especialidade, mas uma das primeiras disciplinas em que me colocaram não tinha nada a ver comigo. Era uma disciplina que ninguém queria dar no departamento, aí sobrou para o novato… Não há muito o que fazer nesses casos: procure saber quem entende do tema dentro e fora da sua universidade, pergunte quais são os principais livros, estude muito o assunto e prepare a melhor aula que puder. Infelizmente maluquices assim acontecem nas universidades brasileiras e quem mais perde são os alunos, que acabam tendo uma disciplina mais superficial do que poderiam ter, caso fosse dada por um especialista.

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  5. Eu acho que as pessoas confundem seminário com aula. São duas coisas totalmente diferentes!
    Eu entendo que no slide, as pessoas vão falando, jogando um monte de informação no ar supondo que o público ouvinte já tem ideia do assunto a ser abordado, então a pessoa quem fala pode avançar mais rápido. Já lousa, vai num ritmo mais lento, que do meu ponto de vista é mais adequado para os alunos que vêem as coisas pela primeira vez. Porém td depende tb do assunto a ser abordado. Por exemplo, se for uma matéria bem qualitativa, é inadequado ao professor ficar escrevendo um monte de coisas na lousa. Aí é de matar o aluno. Já quantitativo, é importante deduzir as coisas passo a passo e mostra o quanto de conhecimento o professor tem diante do assunto. No slide, o professor “pode enrolar”. Já lousa, ou vc deduz ou já era. Enfim, mostra se o cara sabe de verdade ou não. .

    Visão minha: Nada contra quem usa giz ou slide p/ dar aulas. A verdade é que os professores, mtos deles, têm preguiça de escrever na lousa..só usam slides….aí é moleza..quero ver deduzir fórmulas na lousa sem ver nenhuma anotação…

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    1. Concordo. Muita gente confunde tudo: aula de graduação, aula de pós, seminário e palestra. Além de cada uma ter um formato e um objetivo próprios, as nuances ainda dependem da ciência em questão (Ecologia, Química Orgânica, História da Literatura etc.) e do tema da aula específica. No caso da Ecologia, preparar um bom slide, eficiente de verdade, dá muito mais trabalho do que passar a mensagem na lousa. O fato é: não existe fórmula mágica universal e nada substitui pensar e planejar a aula com cuidado. Nas minhas aulas misturo um monte de meios e técnicas em diferentes medidas, dependendo do curso, do objetivo e do público.

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      1. Concordo também…
        Eu pessoalmente acho muito difícil acompanhar (ou dar) uma aula de estatística baseada em slides. Nos slides as fórmulas e os gráficos aparecem “do nada” e fica muito difícil perceber como eles surgiram (a não ser que sejam conceitos que precisam de gráficos mais complicados, como redes e grafos…). Escrever uma fórmula na lousa permite que a/o aluna/o veja uma letra por vez e tente entender o que cada uma delas significa… Mesmo que a fórmula seja explicada depois, é muito mais difícil entender quando ela aparece de uma vez.
        E pensando em estatística, eu acho interessante usar softwares estatísticos durante a aula. Precisando ensinar Anova? Dá pra fazer uma Anova no Past e já explicar o que é cada um dos resultados do output; usando lousa e talvez um power point pra isso. Ensinando distribuição normal? Nada como gerar uma distribuição normal no R e mostrar como ela pode ser com diferentes valores de média e desvio-padrão! E assim por diante…
        (Não dou aula ainda, mas dei algumas aulas e minicursos de temas assim e acho que funciona bem…)
        Neste caso, o power point poderia ser usado de apoio… Mas não sendo o recurso principal…
        Já, por outro lado, se for uma aula sobre diferentes biomas, nada como um power point cheio de fotos e esquemas mostrando como cada bioma é! 🙂

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        1. Pavel, você tocou num ponto muito importante: em aulas sobre análises quantitativas de qualquer tipo (estatística, redes, modelos, simulações etc.), ajuda muito projetar a janela de um programa e ir fazendo a análise passo ao passo, ao vivo e a cores.

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  6. Olá Marco! Excelentes suas dicas sobre as aulas. Estou participando de um concurso para professor e estou com algumas dificuldades na elaboração da aula didática. Foi me dado um tema muito amplo e não entendi muito bem o que seriam os recortes do tema. Vou te dar um exemplo, imagine que o tema seja “Sistema Solar – Sol, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter…”. O recorte seria abordar um determinado aspecto sobre cada um dos planetas (todos eles) ou eu poderia escolher por exemplo 3 planetas mencionados no tema e falar sobre eles?
    Obrigada.
    Abraços,
    Roseane

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    1. Oi Roseane, obrigado. Nossa, é difícil saber com certeza, vai muito da cabeça e do humor da banca. Concurso brasileiro é uma maluquice: mistura de gincana (“Se Vira nos 30”) com entrevista de emprego, rs. Minha sugestão é escolher um dos ângulos do tema e focar nele, sem deixar de abordar en passant o resto considerado como “o básico necessário” no tema. Usando o exemplo que você deu (sistema solar), eu focaria a minha aula em primeiro explicar por alto a estrutura geral do sistema solar e depois me aprofundaria em um aspecto interessante sobre ele, como por exemplo as teorias gravitacionais que explicam como os planetas não batem uns nos outros, mas ao mesmo tempo mantém suas órbitas. Dando um exemplo mais ecológico (a minha praia): no meu concurso aqui na UFMG, tive sorteado o tema “Populações e Metapopulações”, que é amplo pra caraca. Resolvi que explicaria o básico sobre estrutura e dinâmica populacional e metapopulacional, mas focaria a aula mesmo em apresentar os conceitos e suas aplicações práticas dentro do contexto da teoria de sistemas complexos. Deu certo no meu caso e com a minha banca. Com outra pessoa e outra banca poderia não ter dado. Difícil te dar uma receita infalível…

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      1. Olá Marco, muito obrigada pelas dicas. Minha prova didática foi no domingo. Queria pedir uma opinião sua, se não for incomodá-lo. O concurso que eu fiz está meio que se desenrolando às pressas, pois eles têm até o dia 03 de julho para homologar. Então publicaram o tema da aula na terça-feira passada, mas a relação dos convocados com local, data e hora da prova didática, inclusive a composição da banca, foi publicada na véspera, no meu caso no sábado. Então nem tive tempo de olhar quem participaria da banca, visto que a prova foi em outro estado. Depois de passada a prova, pesquisei sobre os componentes da banca, e descobri que um deles não faz parte do quadro permanente da instituição, é um recém-formado (formou em 2012) e tem menos de um ano de contrato como professor substituto, sendo que antes disso não trabalhava na área de educação. Você sabe se é possível recorrer quanto a isso ou se isso de alguma forma pode me prejudicar?
        Abraços.

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  7. Olá Marco,
    Parabéns pelo texto. Sou biólogo e professor no curso de Engenharia Ambiental na UFCG. Leciono desde 2010 e fiquei feliz em saber que venho fazendo muitas das coisas que você citou. Apesar de não ter aprendido algumas dessas técnicas na licenciatura (o que é uma lástima), eu acho que acabei fazendo a coisa de forma intuitiva e com o aprendizado ao longo dos períodos. Mais uma vez, parabéns pelo texto e por tantos outros que tenho lido aqui no blog. Grande abraço,
    André Sobral.

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  8. Entendi Marco! E quanto à prova de títulos? Vi algumas propostas que recomendam fazer um texto sobre sua experiência profissional. Você acha isso necessário ou basta entregar o formulário de titulação preenchido e comprovado?

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    1. Oi Tatiana, quanto à prova de títulos, siga à risca as instruções do edital. Geralmente, além das cópias comprobatórias, pedem apenas para entregar o CV e o barema (formulário de pontuação), mas algumas universidades exigem memorial, que é uma espécie de versão romanceada do CV. Uma dica é sempre formatar o CV, especialmente os nomes e a ordem das seções, exatamente igual ao que aparece no barema.

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  9. Oi Marco!
    Se puder responder ainda a uma outra dúvida!
    Para a prova didática eu preciso fazer um plano de aula. Esse plano pode ser feito pensando em uma futura aula que eu daria para os alunos da instituição ou deve ser totalmente focado na aula da prova didática? Na parte de Procedimentos Didáticos por exemplo, eu posso colocar diversos recursos que seriam usados em uma aula normal (Aula expositiva, Estudo dirigido, Trabalho em grupo), ou tenho que colocar apenas o que farei durante a prova, que seria somente uma aula expositiva?
    Obrigada!
    abraços

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    1. Oi Tatiana, obrigado! Olha, não tem fórmula para isso. Seja você mesma. Procure apenas ser educada e formal. Via de regra, o único conselho mais parecido com algo “universal” (beeem entre aspas) é evitar ser informal demais com a banca.

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    2. Imagine uma aula expositiva, sem interação com os alunos, usando apenas voz, datashow e quadro. Com relação ao plano de aula, não precisa incluir atividades para casa (geralmente isso é excesso de realismo), mas tente contextualizar a aula dentro da grade de disciplinas do departamento que abriu o concurso. Aula de concurso, no fundo, se parece mais com palestra do que com aula de verdade. É o tipo da bizarrice criada pelo nosso sistema de concursos-gincana e suas idiossincrasias, incluindo o medo de recursos e processos…

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      1. Oi Marco! Muito obrigada por me responder!
        Ainda para o Plano de Aula, você acha importante colocá-lo em uma daquelas capas plásticas para ficar mais apresentável ou posso entregar somente as folhas grampeadas? Desculpe-me por tantas perguntas, mas esta será a 1ª vez que faço este tipo de prova!
        Obrigada!
        abraços

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  10. Olá Marco!
    Adorei seu blog e esta “aula” sobre como dar aula em universidades! Parabéns pela iniciativa!
    Estou enfrentando um concurso e uma das minhas maiores dúvidas, é sobre como iniciar minha fala, como cumprimentar a banca examinadora, se requer algum tratamento específico… Você pode me ajudar?
    Muito obrigada!
    abraços

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  11. Adorei as dicas.
    Estou tentando ingressar no ensino superior federal,não esta sendo fáciL.No entanto tenho uma lista enorme de livros e não sei por onde começar!

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  12. Marco, muito útil o seu blog, obrigado pelos suas experiências e comentários.
    Oi Júlio,
    Não se estresse tanto. Ningúem é dicionário ambulante. Procure ficar seguro do conteúdo abordado. Caso essa dúvída surgir, interaja com os alunos (ou colegas) convidando-os a participar auxiliando-o nesse detalhe. Aparecendo ajuda, agradeça por isso. Não aparecendo, comprometa em pesquisá-lo melhor. Também delegue aos participantes a pesquisarem sobre isso, caso seja interessante. O importante é não perder o foco do assunto principal. Atente para não avançar muito em tópicos secundários. Procure colocar situações a serem raciocinadas através do seminário e complementadas com leituras.

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  13. Marco,obrigado pelas dicas!
    Já aconteceu de eu ficar nervoso enquanto apresentava um seminário onde estudo e fico imaginando como seria meu seminário no local onde estagio.Como estagio com taxonomia vegetal,faço o seguinte:faço a coleta de uma planta e levo para o laboratório para analisar.Depois,uso a chave de classificação e chego no grupo taxonômico dela.Em seguida,leio sobre a família para em casa preparar os slides que usaria numa aula.A minha dúvida é:se durante a apresentação,eu colocar um detalhe no assunto e acontecer de eu não saber explicar,o que faço?

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  14. Olá, eu como aluno universitário preciso perguntar algo. Em uma de minhas aulas, o professor deu a primeira prova de nível intermediário, um nível parecido com as listas de exercícios e o do livro. Na segunda ele resolveu subir o nível drasticamente! Uma prova que nenhum exercício da lista ou do livro pudesse ajudar. Agora eu pergunto, por que disso? É para satisfazer o ego de poder bater no peito dizendo que reprovou 70% da sala? Eu estou indignado.

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    1. Breitner, é difícil dizer, sem conhecer o caso, o professor e a turma de perto. Na universidade, de qualquer forma, as provas não devem ser totalmente guiadas por listas de exercícios ou apenas por um único livro-texto ou apostila. Em uma disciplina de graduação, o foco deve ser o tema, não a fonte, buscando-se sempre múltiplas fontes de conhecimento. Essa é uma das principais diferenças entre o ensino médio e o superior. Mas o professor tem que saber dosar o grau de dificuldade em função do nível mínimo que julga necessário para considerar um aluno como proficiente no conteúdo daquela disciplina, mas ponderando também o nível médio da turma, suas deficiências e habilidades.

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      1. Pois é, faltou tato na hora da dosagem do nível mínimo para ser aprovado. Pareceu-me que o professor ficou triste porque a sala foi bem na primeira prova! Acho que valeria um tópico para o seu blog, como aplicar uma prova justa aos alunos 🙂

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  15. Gostei muito do blog e pretendo explorar o máximo das dicas que vc coloca. Estou indo prestar um concurso e gostaria de saber se existe um modelo de plano de aula. No edital ele pedem que seja entregue antes da aula didática o plano. Eu sempre dei aulas e tenho os modelos clássicos. Gostaria de saber se posso usar esses mesmos, ou se existem modelos específicos para isso. Um abraço e obrigada

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    1. Pelo menos na área de Biologia, no nível superior, não há modelos padronizados ou formais. Na verdade, nem é costume as pessoas fazerem planos de aula impressos. Até se comenta sobre planos de aula nas aulas de didáticas, mas na prática ninguém os usa. Acho estranho um concurso exigir isso. Bom, no seu lugar, eu faria um modelo baseado em lógica, dizendo que qual é o tema da aula, o objetivo maior e os tópicos que serão abordados.

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  16. Adorei o texto, mais tenho uma duvida a respeito da prova didática…estou montando as apresentações dos pontos exigidos pelo edital. Alem de fotos e gráficos, poderia usar videos de curta duração para demostração de alguns temas destacados?Pois estarei prestando um concurso para professores de nível técnico em instituição federal. Obrigada!

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    1. Oi Fernanda, sim, geralmente vídeos podem dar um up na aula e ajudar a prender a atenção da turma em momentos chave (lá do meio para o final), além de serem ótimos para explicar coisas relacionadas a comportamento, por exemplo. Contudo, vídeos são também uma armadilha técnica. A chance de uma apresentação com vídeo dar pau em um computador alheio é enorme. Dependendo do formato e codificação do arquivo de vídeo, pode ser que ele não possa ser aberto em outro computador, se este não tiver o programa e o codec adequados. Mas há formas de contornar isso. Por exemplo, quando eu preciso dar uma aula ou palestra com vídeo, preparo duas versões: uma em formato de apresentação mesmo (PPT ou KEY) com o vídeo embutido e outra em PDF com slides “chamando” cada vídeo, que eu abro na mão mesmo na hora necessária, deixando tudo na mesma pasta. Assim, se a apresentação principal der pau, ainda tenho o Plano B. De qualquer forma, peça para conferir, antes da aula, se o seu arquivo consegue mesmo ser aberto sem problemas no computador que será usado no concurso.

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  17. De facto dar aulas na Universidade exige muita responsabilidade acima de tudo, ter uma boa retorica para com os estudantes, exige muita investigação por parte do docente, interactividade para com os estudantes.

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  18. Olá…
    Gostaria de saber como posso segurar e motivar minhas aulas apenas com o uso do quadro. Terei um concurso e o recurso que tenho em mãos é apenas o giz e lousa. Não tem como alugar um datashow. To insegura em perder a clareza e a relevância da apresentação. Gosto muito de explicar com o uso de imagens, o que me deixa mais segura. Nesse caso posso entregar um material didático para me ajudar? Ou eles nem iram ler o material e seria perda de tempo? Ai nesse caso, sem material colocaria o que no quadro? Em alguns casos desenhar ajudaria? Ou apenas os tópicos?
    Obrigada

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    1. Oi Alessandra, que coisa esquisita não deixarem usar datashow! Esse é um recurso já completamente incorporado ao nosso dia a dia. Na verdade, antes do datashow já usávamos transparências em retro-projetor, então proibir esse tipo de ferramenta é no mínimo anacrônico. Bom, o negócio é você tentar fazer a aula bem “old school”. Prepare algumas fichas com roteiro de aula e pratique antes. Você acabará passando menos informação de forma gráfica e mais de forma oral. Dei minhas primeiras aulas em universidade como monitor também sem datashow e a dinâmica era totalmente diferente. Quanto a entregar material impresso, pode ser uma boa. Mas pense bem na complementaridade entre fala, quadro e folhas.

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      1. Saudações…
        Eu (que nunca dei aula de verdade, só palestras/minicursos e umas aulinhas esporádicas) acho que, dependendo do assunto, dar aula com lousa pode até ser mais fácil. Por exemplo, quando a aula envolve fórmulas matemáticas, acho mais fácil acompanhar o desenvolvimento e o significado fórmula quando ela é colocada na lousa. Isso porque, escrevendo uma fórmula na lousa, o aluno acompanha o seu desenvolvimento e tem mais tempo para “digerir”. Em datashow a fórmula aparece de uma só vez e é mais difícil de acompanhar.
        Também é possível desenhar gráficos ou esquemas simplificados na lousa – por exemplo, se for falar de fragmentação de hábitat, pode desenhar dois fragmentos florestais, uma estrada entre eles e sombrear uma área para mostrar a influência de borda. É claro que fica muito mais difícil mostrar estudos de caso, os quais teriam que ser relatados oralmente. Mas é possível. Umas das melhores palestras que assisti na minha vida (de literatura) não teve nem quadro, o palestrante apenas ficou sentado e falando durante uma hora, uma hora e meia, e foi muito legal.

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      2. Adorei sua matéria …. muito boa … parabéns …. sempre temos tantas duvidas e muitas vezes não sabemos o que fazer….
        Em relação ao datashow …. não que eles vão proibir o uso de datashow ou retroprojetor…. o problema é que não estou encontrando um para alugar (cidade pequena) e claro que quem tem não empresta tão facilmente…. Então resolvi ler um pouco de matérias, de como dar uma boa aula …. e lousa e giz é o que tenho mais certeza …. por isso foi a pergunta. Talvez o papel impresso me ajude com algumas figuras caso precise explicar algo complexo e o material impresso ajudaria a entender melhor. A lousa seria como uma ferramenta importante para usar, escrever tópicos ou fórmulas e o resto oralmente. Mas vou pensar bem sobre material, lousa e falas…. E as fichas é uma boa ideia, talvez assim não me perca…..
        Alguns estão dizendo que posso perder pontos por não levar nenhum datashow ou retro? Mas acredito que uma aula boa não importa qual ferramenta esteja usando e sim como você usa as ferramentas que tem… para dar uma boa aula. 🙂
        Obrigada ….

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        1. Alessandra, se a banca não te disponibilizar um datashow, ela não pode tirar pontos caso você não use um. Até mesmo porque não se trata do aparelho mais barato do mundo… Não está meio esquisito esse concurso?

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  19. Oi, Marco, parabéns pelo seu blog. Saiba que ele é muito útil para nós pesquisadores, e futuros professores universitários. Estou na fase da preparação para concursos, e as suas dicas para a preparação da aula/Prova didática tem sido ótimas. Gostaria de pedir que você esclarecesse sobre o uso do Moodle – programa ou plataforma na web que você utiliza – google docs?. Também, se possível, lhe pediria aprofundamentos acerca da condução da aula/Prova didática passo a passo: introdução e desenvolvimento da aula, expressão e atitude corporal, e a conclusão da aula – especialmente perante uma banca examinadora. Outra coisa importante é a questão da profundidade e abrangência do conteúdo – são, inclusive, critérios de avaliação da Prova Didática, mas é muito difícil mensurar o ideal para o nível da graduação.
    Muito obrigada, Marco, e desejo muito sucesso! Abraços, Paula.

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    1. Oi Paula, fico feliz que o blog esteja sendo útil! O moodle é uma plataforma didática online usada por quase todas as universidades federais brasileiras. Lá tem de tudo um pouco: cronogramas, diários de classe, material suplementar, fóruns, avaliações etc. Com relação aos critérios de avaliação de uma prova didática de concurso, infelizmente não há um padrão universal. Vai completamente da cabeça da banca, muitas vezes composta por alguns professores que são péssimos em sala. Os conselhos que dei neste post são baseados em experiência adquirida em diferentes situações, funcionam na maioria dos casos, mas nesse campo é impossível dar 100% de certeza sobre a eficiência de uma ou outra estratégia. O nível de profundidade exigido também vai da cabeça da banca. Teoricamente, toda aula de concurso deveria ser focada na graduação. Mas na prática tem banca que confunde aula de graduação com aula de pós, ou até mesmo aula com palestra… Planeje uma aula de graduação, ajustando a profundidade mais ou menos como falei no exemplo dado no post. Com relação à postura, recomendo ser o mais neutra quanto possível. Evite chamar atenção demais para si mesma: tente fazer o público (leia-se: a banca) mergulhar no tema da aula, ficar absorto mesmo. Recomendo também cuidado com piadas, pois muitas bancas são mal-humoradas e ficam catando pelo em ovo para tirar pontos. Boa sorte!

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      1. Marco, muitíssimo obrigada. Mesmo não havendo padrão universal que norteie a avaliação de concurso, a existência de blogs sérios, e de profissionais como você, dispostos a fazer circular o conhecimento e compartilhar o que sabem, difundem entre nós uma mentalidade muito positiva, de que é possível alcançar o objetivo por mérito, com dedicação e trabalho. Parábens! Desejo-lhe muito sucesso. Um abraço. Paula.

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  20. Marco, parabéns pelo site.
    Há algum tempo venho adiando o projeto de ingressar em uma universidade
    como professor.
    Terminei no final do ano passado uma Pós lato sensu e estou me preparando
    para procurar uma instituição para ingressar como professor.
    Adorei as suas dicas, que acabaram me incentivando ainda mais.
    Muito obrigado.
    Um grande abraço.

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  21. Oi Marco, obrigado pela postagem e as dicas.
    Gostei mais especificamente do uso de diversos recursos. Vc poderia dar mais detalhes sobre o uso de recursos online, tipo moodle.
    Uma outra coisa que fiquei em dúvida é como deveria ser preparada as aulas de um estágio de docência por ex., em que muitas vezes o prof já te passa o material da aula pronto.

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    1. Oi Diogo, as minhas matérias funcionam como aquele seriado Lost: metade em sala, metade na internet. O moodle tem me ajudado muito nisso. Ele me permite colocar uma série de suplementos online, como links para blogs e sites de journals, aulas em PDF, artigos e capítulos em PDF, instruções para seminários e monografias, GDs, quizzes, enquetes e até mesmo provas. Uso o tempo presencial, em sala, para discussões e aulas teóricas expositivas. A combinação desses vários recursos serve para tornar as disciplinas menos “cuspe e giz”, só com aulas expositivas. Dou muitos trabalhos obrigatórios e voluntários para os alunos fazerem em casa, por conta própria, seja em grupos ou sozinhos.

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  22. Gostei também. Estou iniciando e acho que aos poucos, com a experiência e vontade de melhorar no oficio de professor, vou conseguir chegar lá. Um abraço e parabéns pela escrita.

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  23. Aviso: este post foi escrito para pessoas que sabem ler e que lêem textos até o final, antes de darem opiniões. Infelizmente, a patrulha ideológica já descobriu o meu blog e começou a encher a paciência com seu cheerleading dogmático, exatamente como faz em outros blogs que publicam opiniões que vão contra o establishment acadêmico. Fico feliz em receber aqui não apenas elogios, mas também críticas, pois ambos me ajudam a construir opiniões mais sólidas e a entender o mundo. Contudo, não sou obrigado a aprovar comentários com ofensas, opiniões estúpidas ou trollagem.

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  24. Já faz um tempo que não posta, né? … mas tbm, valeu a pena!
    Engraçado é que 80, 90% das suas postagens sou “obrigado” a ler, por estar passando pela situação. Tem me ajudado bastante.
    Dou aula na Graduação há um ano. Tento utilizar a dica 15 como o escopo de minhas aulas.
    Acho que a principal dica que eu daria é: dê aula e tente melhorar a cada aula. Tenha auto-crítica e, tenha certeza: o primeiro ano sempre é mais difícil. Por partir do zero, além de tudo ser novo (para quem não tem experiência), você terá que planejar aula, programar conteúdo para o semestre/ano, estudar temáticas que não ver há anos (e que talvez nem goste totalmente), aprenderá a lidar com horários, diversificar as aulas, etc. No primeiro ano você precisará de muito tempo. Mesmo com figuras, conteúdos e tecnologia, preparar uma boa aula requer tempo, principalmente para quem não tem prática e quer dar o melhor.
    No 2º. ano, boa parte das experiências do primeiro ano se repetirão. Tudo ficará menos difícil. Boa parte do conteúdo e estratégias precisarão, apenas, de uma atualização.
    Outra dica que daria é, no primeiro ou segundo dia de aula, deixar claro o que você, como professor, aceitará e não aceitará. Delimite algumas “regras básicas” quanto ao cumprimento de prazos de atividades, flexibilidade (ou não) com horários, faltas, barulho, etc. Você tem que cumprir, é claro!
    abç
    p.s.: o difícil, as vezes, é conseguir estar sempre motivado!

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    1. Oi Patrick, concordo plenamente contigo. E, com relação à auto-crítica, acrescento ainda que a crítica dos alunos é fundamental. Ao final de cada disciplina, mesmo aquelas que já dou há anos, passo para os alunos um formulário de satisfação online (feito no Google Docs), através do qual eles podem, anonimamente, fazer críticas e sugestões ao curso.

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      1. Como estou no probatório, sou “avaliado” a cada semestre por secretaria, coordenação, direção e pelos alunos. Sempre leio os comentários que recebo no relatório. Assim, posso melhorar na aula e nos deveres extra-classe.
        Até+
        p.s.: provavelmente roube uma imagem da sua “Aula exemplo” (slide nº 11).

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  25. Ótimo texto! 🙂
    Tenho dois comentários e uma pergunta, rs.
    Comentário: Eu pessoalmente sou contra apresentar o plano da aula antes da aula. Deve ser uma preferência pessoal minha, mas quando eu vejo o plano antes da aula, eu às vezes ficos ansioso para os últimos tôpicos e presto menos atenção na aula. Eu acho que em algumas situações apresentar tópicos antes é uma boa idéia, mas não sempre. 🙂
    E algo que você não mencionou no texto é fazer uma revisão da aula no fim dela, passando rapidamente pelos tópicos principais. Eu comecei a fazer isso nos minicursos que ministrei depois de fazer a sua disciplina de redes, e é uma ótima maneira de reforçar a idéia ou linha principal da aula.
    Agora, a pergunta… Em uma prova didática de concurso, eu posso fazer perguntas, como faria numa aula normal? Porque eu não consigo imaginar uma aula boa na qual o professor não faça perguntas…
    Abs…
    – Pavel
    PS: Não sei se suas aulas são as melhores do mundo, mas são as melhores que eu já assisti 🙂

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    1. Puxa, cara, obrigado mesmo, fico feliz em saber! Quanto ao roteiro da aula, apresentá-lo ou não depende realmente de preferências pessoais. Eu mesmo não apresento o roteiro em algumas aulas; tudo depende da turma, do objetivo etc. Mas preparar um roteiro, mesmo que só para si, é um exercício essencial. E, sim, esqueci de mencionar a moral da história! (já acrescentei isso ao texto) Sempre resumo as “take-home messages” ao final de cada aula; acho isso fundamental para deixar claro o que era mais importante. Com relação às aulas de concurso, não, não faça perguntas à banca, rsrsrs. Isso cria uma situação esquisitíssima para ambos os lados. Alguns membros de bancas evitam até mesmo fazer qualquer tipo de comentário na prova didática, para evitarem mal-entendidos que possam resultar em recursos depois. Hoje em dia, em tempos de mimimi, pedir recurso virou moda; por isso, muitos concursos têm sua homologação horrivelmente atrasada (coitado de quem espera para entrar em exercício) e alguns são até mesmo invalidados. Aula de concurso não é uma aula de verdade, rs.

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    2. Caro Pavel,
      Gostaria de comentar brevemente sobre a sua dúvida em relação à prova didática em concursos. Geralmente, não há uma interação tão explícita professor-aluno, como em uma aula real, incluindo perguntas, por exemplo. Porém, isso depende da banca! Há avaliadores que gostam quando o candidato “simula” uma aula de verdade, podendo, inclusive, fazer questões para a “turma imaginária” (Lembrando que essa “turma” não é necessariamente a banca, até mesmo porque, na grande maioria dos concursos, a banca não pode ter nenhum tipo de diálogo ou participação na prova didática, apenas observar e avaliar. Assim, não espere, por exemplo, que a banca responda a alguma pergunta sua.).

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